Boneca Terapêutica: A Amiga de Pessoas com Demência
Esta abordagem terapêutica tem como intuito a estimulação dos doentes demenciados.
Em contexto de institucionalização, são muitas as histórias e estórias, nomes e contextos. A metodologia deverá adequar-se a cada indivíduo, respeitando sempre a sua vontade e da sua família.
Reconhecem-se benefícios nas investigações e na área de intervenções não-farmacológicas, que poderão ser uma estratégia compensatória e que proporciona uma maior qualidade de vida.
Existem muitos estudos sobre este tema, que abordam a sua aplicabilidade, bem como a relevância deste tipo de abordagem terapêutica nas pessoas com demência e os seus efeitos. Temos o caso do Hospital de Ovar, com o exemplo da Rosinha, o robô terapêutico utilizado com o intuito de reduzir os níveis de ansiedade, entre outros benefícios. Tem sido utilizada esta técnica terapêutica em muitos contextos. Esta reflete a terapia do cuidar, dos abraços, onde a componente comportamental como a ansiedade, a agitação, a insónia, a incapacidade de cuidar de si mesmo, o comportamento desafiante é por vezes violento. Os psicofármacos (ex: sedativos) são utilizados para controlar o comportamento agitado, mas nem sempre são eficazes. Além de produzirem efeitos secundários. Na busca de terapias alternativas, a terapia com bonecas tem como objetivo proporcionar conforto e sensação de utilidade e amor no doente.
A Terapia da boneca pode trazer os seguintes benefícios para a pessoa com demência:
- Acalmar
- Oferecer conforto e estimular emoções positivas
- Aliviar a aflição do doente, redirecionando o foco
- Reduzir o estado de confusão e agitação
- Enaltecer a sensação de utilidade, por se sentir responsável pela boneca
- Estimulação sensorial, o que permite a comunicação, a linguagem e a interação
Boneca terapêutica: o processo
No CliHotel de Guimarães elaboramos uma boneca terapêutica com a ajuda dos nossos residentes e com a colaboração da equipa multidisciplinar, a quem demos o nome de Isabel (“Belinha”). O projeto teve início em janeiro. Desde a escolha e corte dos moldes, ao processo de enchimento das partes do corpo da boneca, à escolha do tecido para o vestido, todos estiveram envolvidos e interessados à medida que íamos constatando a sua evolução.
A dona Idília
A dona Idília está connosco à cerca de 1 ano e meio. Foi a pensar nas suas necessidades que esta boneca foi feita. Para lhe fazer companhia, para lhe dar abraços, para estar com ela em todos os momentos. A dona Idília está a corresponder e a corroborar o projeto na sua ideia, concretização e finalidade. Está feliz, tranquila e cooperante nas atividades de grupo. A dona Idília ficou contente, agradeceu e, com orgulho, desde que a Isabel lhe foi entregue nunca mais a largou. Após a entrega da “Belinha”, a D. Idília partilhou connosco histórias da sua vida, dos seus familiares e dos seus momentos felizes. Desta forma, podemos afirmar que a boneca terapêutica é amiga das pessoas com demência.