Conferência Científica do Clihotel de Guimarães
O Clihotel de Guimarães organizou, no passado dia 4 de Novembro, a sua primeira conferência científica. Esta debateu os desafios do envelhecimento num país que em 2050, de acordo com as Nações Unidas, terá mais de 40% da sua população com idade superior a 60 anos.
«No ranking elaborado pelas Nações Unidas, Portugal está no top 4 das economias "a envelhecer mais depressa". É, por isso, uma satisfação reunir prestigiados profissionais de diversas áreas estruturantes. Para respostas geriátricas e de reabilitação com qualidade». Afirmou Teófilo Leite, administrador, na sessão de abertura da conferência.
Os oradores foram unânimes em reconhecer que esse contexto exige um ajustamento das oportunidades de acesso à saúde. Assim como a participação social e segurança para assegurar a qualidade de vida adequada à medida do envelhecimento.
Reconhecendo que «todos temos um papel a desempenhar», Teófilo Leite, afirmou que «é preciso potenciar a solidariedade intergeracional, encontrar as melhores respostas para os idosos frágeis que apresentam grande vulnerabilidade. A eventos adversos e maior propensão para quedas, fraturas, dependência, hospitalização e institucionalização. Bem como estimular a vida independente e o envelhecimento activo».
Narciso Moura, assistente social no Hospital de São João, defendeu que «o idoso não é um recluso. Tem direito a ser assistido na sua liberdade. Só a articulação entre as áreas da saúde e social poderá compensar a crescente falta de capacidade de resposta das famílias».
Ana Costa, também ela uma assistente social com larga experiência, reconheceu o problema também. E reiterou que «o grande desafio é, realmente, combater a vulnerabilidade social».
«Envelhecimento não é doença». Afirmou Mariana Letra, vice-presidente da Associação Portuguesa de Gerontólogos. Para quem, mesmo quando perdemos algumas faculdades, em virtude do avançar da idade, «Podemos e devemos ter o direito de nos mantermos úteis».
Para além de reconhecer o mérito da iniciativa do CliHotel, Mário Ferreira Lourenço, médico psiquiatra do Hospital Senhora da Oliveira, assegurou que «é preciso acabar com o preconceito segundo o qual os idosos são a causa do problema do Estado Social em Portugal».
Apostado em medir a qualidade de vida em Portugal, José Barbosa Teixeira, presidente da Associação Portuguesa de Qualidade de Vida, explicou, por sua vez que, «só há qualidade de vida se cada pessoa for encarada como uma pessoa. Se para cada um for tido em consideração as suas expectativas, contextos e necessidades».